O capítulo 17 do Livro do Apocalipse na Bíblia é um texto rico em simbolismo e imagens que descrevem uma visão do apóstolo João.
Nesta visão, ele vê uma mulher sentada sobre muitas águas, representando a grande Babilônia, um império mundial corrupto e idolatra. A mulher está adornada com roupas luxuosas e joias, denotando sua opulência e riqueza, mas também sua decadência espiritual.
A descrição dessa mulher é uma metáfora para a corrupção e idolatria que permeiam o mundo. A besta, que é mencionada em capítulos anteriores do Apocalipse, está intimamente ligada a essa mulher, revelando uma parceria sinistra entre poder político e religioso.
No capítulo 17, João também descreve a destruição da mulher e da besta, prenunciando o julgamento divino sobre a corrupção e a idolatria. Esse julgamento é acompanhado por grande violência e turbulência, simbolizando a batalha espiritual entre o bem e o mal.
O Apocalipse 17 é um capítulo que desafia os leitores a refletirem sobre questões morais e espirituais, alertando para os perigos da corrupção, da idolatria e da aliança entre o poder terreno e o religioso. Ele também aponta para a esperança de um julgamento divino que restaurará a justiça e a ordem no mundo.
———
Apocalipse 17
A descrição da grande meretriz
1 Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas,
2 com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra.
3 Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres.
4 Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição.
5 Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra.
6 Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e, quando a vi, admirei-me com grande espanto.
7 O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher:
8 a besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá.
9 Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis,
10 dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco.
11 E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.
12 Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.
13 Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem.
14 Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele.
15 Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas.
16 Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo.
17 Porque em seu coração incutiu Deus que realizem o seu pensamento, o executem à uma e deem à besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus.
18 A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da terra.