O Salmo 77 é um salmo de lamentação em que o salmista expressa sua angústia e busca consolo em Deus. Ele começa questionando se Deus o rejeitou para sempre e se não voltará a ser misericordioso com ele. O salmista então lembra-se das obras de Deus no passado, como a libertação do povo de Israel do Egito, e se questiona se Deus ainda age dessa forma. Ele parece sentir-se abandonado por Deus e sozinho em sua aflição.
No entanto, o salmista não se entrega completamente ao desespero. Ele reconhece que Deus é santo e que suas obras são maravilhosas, e confessa que a sua dor e tristeza são resultado de sua própria falta de fé e confiança em Deus. O salmista ora a Deus pedindo que o ajude a superar sua aflição e a se lembrar de sua bondade.
O Salmo 77 é um exemplo de como a fé pode ser posta à prova em momentos de grande sofrimento. O salmista passa por um período de angústia e dúvida, mas acaba encontrando consolo e esperança em Deus. O salmo também nos lembra da importância de nos lembrarmos das obras de Deus no passado e de confiarmos em sua fidelidade e bondade, mesmo nos momentos mais difíceis.
Além disso, o Salmo 77 nos mostra que a oração é um meio poderoso de nos conectarmos com Deus e de encontrarmos força e consolo em tempos difíceis. O salmista não hesita em clamar a Deus em sua aflição, e é através da oração que ele encontra conforto e esperança. Isso nos lembra da importância de manter uma vida de oração constante, independentemente das circunstâncias.
Em suma, o Salmo 77 é um salmo de lamentação que nos lembra da importância da fé e da oração em momentos de sofrimento. Ele nos encoraja a confiar em Deus e a lembrar de suas obras maravilhosas no passado, e nos mostra que mesmo em meio à dor e à angústia, podemos encontrar consolo e esperança em nosso relacionamento com Deus.
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Salmos 77
1 Elevo a Deus a minha voz e clamo, elevo a Deus a minha voz, para que me atenda.
2 No dia da minha angústia, procuro o Senhor; erguem-se as minhas mãos durante a noite e não se cansam; a minha alma recusa consolar-se.
3 Lembro-me de Deus e passo a gemer; medito, e me desfalece o espírito.
4 Não me deixas pregar os olhos; tão perturbado estou, que nem posso falar.
5 Penso nos dias de outrora, trago à lembrança os anos de passados tempos.
6 De noite indago o meu íntimo, e o meu espírito perscruta.
7 Rejeita o Senhor para sempre? Acaso, não torna a ser propício?
8 Cessou perpetuamente a sua graça? Caducou a sua promessa para todas as gerações?
9 Esqueceu-se Deus de ser benigno? Ou, na sua ira, terá ele reprimido as suas misericórdias?
10 Então, disse eu: isto é a minha aflição; mudou-se a destra do Altíssimo.
11 Recordo os feitos do Senhor , pois me lembro das tuas maravilhas da antiguidade.
12 Considero também nas tuas obras todas e cogito dos teus prodígios.
13 O teu caminho, ó Deus, é de santidade. Que deus é tão grande como o nosso Deus?
14 Tu és o Deus que operas maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder.
15 Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José.
16 Viram-te as águas, ó Deus; as águas te viram e temeram, até os abismos se abalaram.
17 Grossas nuvens se desfizeram em água; houve trovões nos espaços; também as suas setas cruzaram de uma parte para outra.
18 O ribombar do teu trovão ecoou na redondeza; os relâmpagos alumiaram o mundo; a terra se abalou e tremeu.
19 Pelo mar foi o teu caminho; as tuas veredas, pelas grandes águas; e não se descobrem os teus vestígios.
20 O teu povo, tu o conduziste, como rebanho, pelas mãos de Moisés e de Arão.