No capítulo 8 de Eclesiastes, o autor reflete sobre a sabedoria e a submissão diante do rei. Ele reconhece o valor da sabedoria, que pode iluminar o rosto de uma pessoa e suavizar sua expressão.
O autor enfatiza a importância de cumprir os mandamentos do rei, respeitando os compromissos feitos a Deus, e aconselha contra a pressa em deixar a presença do rei ou resistir às suas decisões, pois o rei possui autoridade suprema.
Também destaca a incerteza da vida e a imprevisibilidade do futuro, ressaltando que ninguém pode controlar o vento ou adiar o inevitável dia da morte. Ele também reconhece a presença de injustiças e desigualdades na vida, onde os perversos podem ser recompensados e os justos esquecidos. Isso leva o autor a refletir sobre a natureza da justiça divina e a importância de temer a Deus.
A conclusão do autor é que, apesar das incertezas e injustiças da vida, há uma alegria simples em desfrutar das coisas boas que Deus proporciona, como comer, beber e alegrar-se.
Ele reconhece a limitação da compreensão humana diante da obra de Deus na Terra, afirmando que, por mais que o homem busque sabedoria, ele nunca poderá compreender completamente os desígnios divinos.
Essa reflexão nos lembra da humildade necessária diante da complexidade da existência e da importância de encontrar contentamento nas bênçãos simples da vida.
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Eclesiastes 8
A submissão diante do rei
1 Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz reluzir o seu rosto, e muda-se a dureza da sua face.
2 Eu te digo: observa o mandamento do rei, e isso por causa do teu juramento feito a Deus.
3 Não te apresses em deixar a presença dele, nem te obstines em coisa má, porque ele faz o que bem entende.
4 Porque a palavra do rei tem autoridade suprema; e quem lhe dirá: Que fazes?
5 Quem guarda o mandamento não experimenta nenhum mal; e o coração do sábio conhece o tempo e o modo.
6 Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto é grande o mal que pesa sobre o homem.
7 Porque este não sabe o que há de suceder; e, como há de ser, ninguém há que lho declare.
8 Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte; nem há tréguas nesta peleja; nem tampouco a perversidade livrará aquele que a ela se entrega.
9 Tudo isto vi quando me apliquei a toda obra que se faz debaixo do sol; há tempo em que um homem tem domínio sobre outro homem, para arruiná-lo.
10 Assim também vi os perversos receberem sepultura e entrarem no repouso, ao passo que os que frequentavam o lugar santo foram esquecidos na cidade onde fizeram o bem; também isto é vaidade.
11 Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal.
12 Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus.
13 Mas o perverso não irá bem, nem prolongará os seus dias; será como a sombra, visto que não teme diante de Deus.
14 Ainda há outra vaidade sobre a terra: justos a quem sucede segundo as obras dos perversos, e perversos a quem sucede segundo as obras dos justos. Digo que também isto é vaidade.
15 Então, exaltei eu a alegria, porquanto para o homem nenhuma coisa há melhor debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; pois isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da vida que Deus lhe dá debaixo do sol.
16 Aplicando-me a conhecer a sabedoria e a ver o trabalho que há sobre a terra — pois nem de dia nem de noite vê o homem sono nos seus olhos —,
17 então, contemplei toda a obra de Deus e vi que o homem não pode compreender a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a descobrir, não a entenderá; e, ainda que diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a poderá achar.